Luto e indignação no Estaleiro Atlântico Sul de Pernambuco


Por Chico Carlos
Assessoria de Imprensa da CUT-PE

Os trabalhadores do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), localizado em Suape/PE, estão de luto e indignados, por mais um acidente fatal na empresa (o segundo em menos de um ano – em julho de 2009, morreu o companheiro/metalúrgico Lielson Ernesto da Silva, esmagado por uma chapa de aço.

Aproximadamente às 08h, da sexta-feira passada (21), o metalúrgico Jaelson Ribeiro de Souza, 47 anos, se preparava para iniciar suas atividades na solda da Gaiuta, quando ao puxar os cabos da máquina de solda, caiu numa abertura no piso de uma altura de 20,02m. Indo parar na sala da casa de máquinas do navio. Segundo a direção do Estaleiro, ele chegou a ser socorrido, mas morreu antes de chegar ao ambulatório do EAS.

O Sindicato dos Metalúrgicos (Sindmetal-PE) foi acionado, por meio de vários trabalhadores e, também, pelo RH da empresa. E ao chegar ao local do acidente, junto com os fiscais da Superintendência Regional do Trabalho em Pernambuco (SRT/PE), Amanda Tenório, Soraya Rego Barros e Paulo Roberto, percebeu de imediato as precárias condições de trabalho que fazem parte do dia-a-dia dos trabalhadores do EAS.

Ou seja: escadas amarradas com arames, algumas aberturas no piso com proteções insuficientes e o pior: no local onde o companheiro caiu, NÃO HAVIA GUARDA-CORPO e o imenso janelão ao lado buraco no piso também não tinha proteção (o que fatalmente poderia causar outro acidente, pois entre o janelão e o convés do navio são aproximadamente 10m). Os fiscais da SRT/PE interditaram a área do navio “João Cândido”, onde ocorreu o acidente e a medida vai vigorar até que a empresa realize as correções de falhas de segurança.

De acordo com o secretário de Comunicação do Sindmetal-PE e diretor da CUT, Augusto César Barros, este fato não vai apagar a irresponsabilidade dos ditos profissionais que deveriam criar os meios para que o local só fosse liberado para o trabalho, quando a equipe de segurança observasse todas as medidas preventivas para que o local estivesse o mais seguro possível.

“A pressa para terminar o navio não pode ser o “combustível da fornalha” que traga à morte aos cansados e pressionados trabalhadores do Estaleiro, que são um exemplo de dedicação e profissionalismo e merecem bons salários e melhores condições de trabalho”, destacou.

A diretoria do Sindmetal-PE (legítima representante dos trabalhadores do EAS), vai intensificar a luta por mais segurança para que as péssimas condições de trabalho não sejam armadilhas que levem à morte mais trabalhadores.

Por mais riscos de acidentes que um local de trabalho tenha não pode servir de desculpas, para encobrir a irresponsabilidade e o descaso dos que fazem o setor de segurança do trabalho do Estaleiro Atlântico Sul.

Chega de descaso! Chega de desrespeito!

Sobre Da Redação do TP

Contatos com a Redação: (81) 3518-1755 ou jornalismo@jornaltribunapopular.com
Esse post foi publicado em Últimas Notícias e marcado , , , , , , , , . Guardar link permanente.